Começando do começo...

Quando o meu filho Lucas (5 anos) tinha meses eu escrevia em um blog chamado: "bbemamy" e tinha muitos acessos, conheci muitas pessoas que são especiais até hoje. Escrevia nele quase que semanalmente e quando engravidei do Renan não consegui mais manter o blog e com dois filhos começamos a cortar alguns gastos e a internet foi um deles. Renan está com 3 anos e muita coisa mudou. Mas minha paixão por fotografia só aumentou.
Sempre fui referência de fotografia para a minha família. Fazia as lembranças dos aniversários dos meus filhos e dos filhos dos meus primos. Aprendi a mexer no photoshop lendo tutoriais na internet e até hoje ainda não fiz um curso.
Trabalhava na Claro e engravidei do Renan um mês depois que fui demitida. Tranquei a faculdade, tirei Lucas da creche e virei dona de casa. Sempre trabalhei fora e grávida ficou impossível arrumar outro emprego.
Sem internet em casa, ligava o computador para fazer montagens nas centenas de fotos que tirava dos meus filhos. Ia à lan house para ler meus blogs preferidos e de amigos, foi quando eu descobri o scrap digital e me apaixonei. Confesso que não sou muito criativa, mas tenho força de vontade para tentar novamente e uma hora as coisas davam certo e a montagem ficava do jeito que eu queria ou eu simplesmente copiava um modelo lindo das galerias.
A minha máquina foi meu pai que comprou para ele e quando Lucas nasceu ele deixou lá em casa para eu fotografar os primeiros passos do Lucas e nunca mais teve coragem de pegar de volta e comprou outra pra ele. Um pouco antes de Renan nascer a máquina deu defeito e levei na autorizada. Mais uma vez, meu pai me deu a máquina dele para eu registrar os primeiros passos do Renan. Dessa vez ele me deu uma Canon, modelo SD450, e nem preciso falar que eu amei essa máquina. Depois de 6 meses a autorizada me deu uma máquina nova, pois era defeito de fábrica e me deu o mesmo modelo do meu pai, então eu dei a nova para o meu pai e fiquei com a dele.
Fotografei muitos aniversários com essa máquina e fazia montagens com as fotos e presenteava amigos e familiares, tudo de graça.
Minha tia entrou de sociedade com uma fotógrafa e abriu uma sala no centro de Niterói, ela me chamou para fazer umas diagramações para essa fotógrafa que estava com serviço acumulado e eu fui. Paguei para trabalhar, mas valeu à pena, pois aprendi muita coisa nesses meses que passei lá.
E em dezembro de 2008 minha máquina deu defeito, então resolvi comprar uma máquina nova. Primeiro falei com meu marido e ele disse que não podia me ajudar, que achava desnecessário e que podíamos pegar emprestado com meu pai a dele e ele ia levar a nossa na autorizada e quem sabe a gente podia ganhar outra. Mas eu ainda não tinha falado para ele as minhas reais intenções e comecei a pesquisar preço de uma máquina que desse para eu fotografar eventos profissionalmente. Decidi pela Nikon D40. Máquina escolhida, agora fui contar para o meu marido o que eu estava querendo fazer e que precisava comprar no cartão dele e infelizmente ele não me deu crédito. Disse que era muito arriscado e que eu não ia conseguir pagar e ia acabar sobrando para ele e que ele pagava as despesas sozinhos, enfim, justificou muito bem e argumentou melhor ainda a sua decisão. Mas eu não desisti e sem avisar a ele fui falar com meu pai e ele não gostou muito da idéia, mas acabou dando o número do cartão dele para eu fazer a compra pelo mercado livre.
Medo, medo e medo, foi o que eu senti colocando o número do cartão do meu pai e o CPF dele no mercado livre, então decidi pagar um pouco mais e paguei pelo mercado pago. Depois de ter dado os meus dados descobri que não tinha esse modelo e resolvi arriscar na D60 e pagar quase R$ 600,00 a mais. Acho que nem dormi direito aquela noite. Nessa época consegui um extra natal como consultora em uma perfumaria e minha sogra me ajudou ficando com as crianças e com o dinheiro eu ia pagar meu curso de fotografia no início do ano.
Quando peguei o cartão do meu pai, fiquei tão feliz que não percebi que a primeira parcela ia vir em dezembro mesmo, pois o cartão não tinha virado. Eu sei que a fatura não chegou e não demos falta e quando chegou janeiro chegou a boleta do cartão com R$500,00 para eu pagar e nem preciso dizer que o dinheiro do curso foi para pagar o cartão. Fiquei arrasada, pois a máquina já tinha chegado, mas eu tinha medo de desconfigurar ela e só usava no modo automático e estava ansiosa para o curso começar e tirar todas as minhas dúvidas.
E vendo que eu tinha ficado arrasada, meu marido me deu o maior apoio e me deu de presente o dinheiro do curso, claro que tive que pedi para parcelar, mas o pessoal do curso foi muito legal e então comecei a fazer o curso na SOCIEDADE FLUMINENSE DE FOTOGRAFIA em Niterói. Meu professor foi Agra, umas das pessoas que mais entende de fotografia que conheci. Conheci pessoas com sede de conhecimento como eu e que estava começando a carreira voltada para eventos como eu.
E foi assim que comecei nesse mundo. Como o post está muito grande, nem sei se alguém vai consegui ler até o final, mas quero deixar registrado aqui esse momento na minha carreira e esse blog vai ser diferente, não vou escrever só sobre as lindas festas que já fotografei e ainda vou fotografar, vou escrever sobre os sufoco que uma nova fotógrafa passa para conseguir realizar o seu sonho e principalmente, uma fotógrafa sem recurso financeiro nenhum, mas que nunca deixou de pagar as prestações da sua máquina (ainda não acabei, rsrsrsr).